Cães de assistência podem ajudar portadores de autismo?
Além de melhor amigo do homem, você sabia que os cães podem ser o ponto de partida para portadores de autismo se relacionarem e terem uma vida mais confortável e independente?
O TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) tem três classificações. São elas: Autismo clássico, Autismo de alto desempenho (também conhecido como Síndrome de Asperger) e Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE). Mas é sempre importante lembrar que cada caso é um caso. Portanto, as características podem variar. O ideal é sempre ouvir a opinião de um especialista.
Como característica mais recorrente, o principal obstáculo está na interação social e comunicação com outros indivíduos. O desdobramento habitual é a dificuldade de interpretação e contato físico, além de comportamentos repetitivos.
Tarefas que parecem simples como a ida ao supermercado, representam um desafio para alguns autistas: as filas de espera, comunicação com o operador de caixa, manter-se em um local com barulho por muito tempo ou apenas estar um ambiente lotado de pessoas desconhecidas.
Ainda bem que já existe uma alternativa mais amigável para essas situações. São os chamados cães "de assistência" ou "de serviço". Mas como eles oferecem apoio a esses indivíduos? Tudo começa com um treinamento, pelo qual eles desenvolvem a habilidade de reconhecer e interromper os comportamentos auto prejudiciais – e até ajudar a cessar uma crise.
Estudo (2016) desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Lincoln, no Reino Unido, publicado no American Journal of Veterinary Behavior, mostrou que possuir cão de estimação reduz significativamente o estresse e impacta na melhoria da convivência em famílias que têm criança(s) com TEA.
Especialistas afirmam que é comum que o pet consiga acalmar o autista mesmo que nenhuma pessoa consiga, pois eles podem dar o seu amor da forma mais gratuita e pura. Além da perfeita companhia, eles são uns fofos que podem salvar muitas vidas.
A resposta desses animais aos sinais de ansiedade ou agitação é encostar no seu tutor ou até deitar de forma suave no seu colo. Seu papel vai além: quando, em momento de crise, o autista tende a querer fugir do local em que está, o animal pode ajudá-lo no trajeto e também impedi-lo de correr algum risco.
É também no treinamento que os cães de assistência são adestrados para reagir de forma adequada em diferentes situações e de acordo com o paciente. Esse aprendizado começa logo após o seu nascimento e se mantém, aproximadamente, por um ano e meio, quando ele estará apto a ser recebido em um lar.
Para maior segurança, os cães devem portar coleira identificadora com informações sobre o animal. Também é fundamental que ele esteja registrado no órgão municipal responsável e a apresentação do laudo clínico em relação à pessoa com deficiência. A parte burocrática precisa levar em consideração um laudo veterinário que ateste a saúde do animal e o certificado de adestramento.
A espécie canina é conhecida pelo seu afeto ilimitado porque pode oferecer companheirismo e amor incondicional ao seu dono. Eles também ajudam na prática exercícios físicos, além da sua lealdade ter impacto na redução da solidão! E, claro, eles também ensinam muito, como a desenvolver senso de responsabilidade, por exemplo, afinal, representam uma vida que precisa ser cuidada.
A independência e a confiança proporcionadas pelos animais são o principal ganho para os autistas desenvolverem habilidades e construírem suas histórias.
Referências: Espaço Junior, Drauzio Varella, Instituto Magnus, Neuro conecta
14 | junho | 2022
arrow_backward Ver mais matérias