A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é uma doença inflamatória que ataca o sistema imunológico do bebê apresentando sintomas alérgicos e, estes podem incluir problemas com a pele (erupção cutânea, urticária, pele seca, escamosa ou coceira), sistema digestivo (diarreia, vômitos, constipação e refluxo) e sistema respiratório (respiração barulhenta, tosse, corrimento nasal). Os sinais mais comuns são os de pele e os gastrointestinais, podendo acontecer antes do primeiro ano de vida da criança. 

Para entender melhor, existem três proteínas no leite de vaca que são as principais causadoras das alergias, sendo elas as beta-lactoglobulina e alfa-lactoalbumina – presentes no soro –, e a caseína – encontrada no coalho. O leite materno também apresenta duas dessas, como a caseína e a alfa-lactalbumina, mas a diferença está na quantidade já que o de vaca tem muito mais proteínas que o humano e quando são introduzidas na nova alimentação do bebê podem não ser bem recebidas pelo sistema imunológico, que acaba rejeitando os componentes e causando os primeiros sintomas. 

Se seu bebê consome leite de vaca e identificou alguns desses sinais, procure imediatamente um médico para que seja realizado o diagnóstico e o tratamento adequado, mas não se desespere! A APLV tem cura em 90% dos casos e o tratamento da alergia deve ser realizado durante um período até que a criança desenvolva a tolerância ao leite. 

E por que isso acontece? A alergia surge principalmente devido a dois fatores: predisposição genética (do pai ou da mãe) e introdução de alimentos potencialmente alergênicos antes dos seis meses de vida. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os bebês nascem com o sistema imunológico imaturo e dependem dos anticorpos do leite materno para que os processos de adaptação e maturação aperfeiçoem as barreiras da parede intestinal. Por isso a incidência é maior em crianças que consumiram leite de vaca muito cedo, especialmente entre os três a quatro meses de vida, e aqueles que têm histórico de alergias na família. 

Sabemos que o momento é bastante delicado e a ansiedade pelo fim da condição é grande, então separamos algumas dicas que podem ajudar a diminuir os impactos da alergia. 

Substitua o leite de vaca: Quando diagnosticado a APLV, o leite deverá ser excluído da dieta da criança e, com a orientação do médico, será necessário fazer substituições na alimentação para garantir o desenvolvimento correto.  Além disso, será o pediatra quem irá definir a necessidade ou não da suplementação para evitar um possível déficit nutricional.

Aposte em novos alimentos: Existem diversas formas de variar o cardápio e oferecer uma alimentação repleta de macro e micronutrientes. 

Saiba o que seu filho deve evitar: É importante planejar uma lista dos alimentos que devem ser evitados durante a dieta de restrição e que todos da família saibam quais são as restrições. 

A introdução alimentar pode te ajudar: Se o seu filho tem mais de 6 meses procure um pediatra ou nutricionista para começar o processo de introdução alimentar específico para crianças diagnosticadas com APLV. 

Cuide de sua própria alimentação: Para as mamães que amamentam, excluam os alimentos com leite em sua composição, pois as proteínas do leite de vaca são moléculas grandes e complexas e quando não digeridas pelo organismo da mãe também podem passar para o bebê durante a amamentação. 


Fontes: 
https://www.alergiaaoleitedevaca.com.br/guia-aplv/aplv-tem-cura-como-funciona
https://www.medicina.ufmg.br/observaped/alimentacao-ate-os-seis-meses/
https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/52011/4.+Protocolo+de+Manejo+Nutricional+na+Alergia+%C3%A0s+Prote%C3%ADnas+do+Leite+de+Vaca+para+Crian%C3%A7as+Menores+de+2+anos+de+Idade.pdf
https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/sbp-e-asbai-publicam-atualizacao-do-consenso-brasileiro-sobre-alergia-alimentar/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/consumo_dietetico_estado_nutricional_criancas.pdf
https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/doencas/alergia-ao-leite-de-vaca/
https://www.alergiaaoleitedevaca.com.br/entenda-alergia/como-suspeitar-se-seu-filho-tem-aplv
https://www.alergiaaoleitedevaca.com.br/guia-aplv/sete-dicas-lidar-restricao-alpv