Ao contrário do que muitos imaginam, o ressecamento vaginal não está apenas ligado à menopausa e ele pode acontecer em qualquer idade. Dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasco) mostram que pelo menos 22% das mulheres sofrem dessa condição. O problema afeta a qualidade de vida das mulheres e tem sintomas que variam entre sensação de queimação, desconforto vaginal, coceira, corrimento incomum e dor durante as relações sexuais.
As razões estão quase sempre relacionadas à diminuição de estrogênio, o hormônio responsável por manter a vagina hidratada. Essa queda tende a acontecer naturalmente com a idade e é conhecida como síndrome urogenital da menopausa.
No entanto, a condição também pode acontecer em outras fases da vida da mulher como a amamentação, em períodos de quimioterapia, remoção dos ovários, ou ainda, em razão da ingestão de remédios que interferem na produção dos hormônios reprodutivos. A ansiedade e a depressão também podem desencadear uma redução na lubrificação, já que são responsáveis pela diminuição da libido, afetando os estímulos e desejos sexuais.
E não é só desconforto físico que a falta de lubrificação causa, porque conviver com a disfunção pode afetar também a autoestima da mulher, impedindo que ela se relacione por vergonha ou falta de excitação. Você se identificou com algum dos sintomas? Fique tranquila: o ressecamento vaginal não precisa representar o fim da sua vida sexual.
Com apoio e orientação de um médico, as mulheres que apresentam ressecamento vaginal podem passar por esse momento delicado de uma forma bem mais leve. Além disso, separamos algumas dicas para contribuir com o seu bem-estar e prevenir o problema:
• faça higienização íntima por pelo menos duas vezes ao dia;
• prefira sabonetes suaves e neutros para preservar o pH natural da vagina;
• não use por muito tempo absorventes e tampões. Sua capacidade de absorção a longo prazo pode contribuir com o ressecamento da região íntima;
• evite usar calças apertadas que podem irritar a vulva por causa do atrito. Opte pelo uso de roupas íntimas de algodão;
• procure formas de entretenimento que diminuam o estresse e ajudem recuperar sua autoconfiança;
• jamais use perfumes íntimos e prefira hidrantes indicados por especialistas.
O ressecamento vaginal não é um bicho de sete cabeças. Atualmente, o mercado conta com
hidratantes vaginais que ajudam a manter a vulva úmida e a manutenção do pH vaginal por 2 a 3 dias. Existem também lubrificantes à base de água que podem ser úteis, mas diferentemente dos hidratantes, só deixam o órgão mais úmido durante a relação sexual.
E não esqueça: para um tratamento eficaz é sempre necessária a investigação aprofundada da causa. Por isso, procure ajuda de um médico ginecologista.
Fontes:
https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/FeminaZ2020Z48Z4Z-ZWebZ1.pdf
https://abcgin.com.br/secura-vaginal/
https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/122-disfuncoes-sexuais-no-climaterio-tem-tratamento?highlight=WyJyZXNzZWNhbWVudG8iLCJ2YWdpbmFsIiwicmVzc2VjYW1lbnRvIHZhZ2luYWwiXQ==
https://www.sbcm.org.br/v2/index.php/boletim-da-sbcm/230-boletim-n-150-abr-mai-2018/3674-ressecamento-vaginal
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/como-combater-a-secura-vaginal-durante-o-tratamento-oncologico/177/1028/